Missão envia anualmente 40 mil Bíblias em balões para a Coreia do Norte

Há treze anos, a missão Voz dos Mártires (VOM) Coreia do Sul mantém uma estratégia singular para alcançar a população norte-coreana com a Palavra de Deus. Em um país onde possuir uma Bíblia pode levar à pena de morte, a organização encontrou no uso de balões uma forma de levar o Evangelho ao território mais fechado do mundo.

Segundo o regime de Kim Jong-un, a distribuição de Escrituras é proibida, e qualquer cidadão flagrado com um exemplar sofre duras punições. Para contornar essa barreira, a VOM envia Bíblias impressas e em áudio, armazenadas em cartões de memória, dentro de balões inflados com gás hidrogênio. O processo exige preparo detalhado: os exemplares são embalados em filme plástico e o lançamento é feito de acordo com as condições climáticas. Uma equipe de alunos e funcionários da missão permanece de plantão para efetuar os envios, muitas vezes durante a noite.

Com a ajuda de tecnologia de rastreamento por GPS, a missão consegue confirmar os locais de pouso dos balões. Segundo relatos, cerca de 40 mil Bíblias são enviadas todos os anos. Quando o trabalho começou, menos de 2% dos desertores norte-coreanos afirmavam ter visto uma Bíblia em seu país; hoje, o índice está em torno de 10%. “Podemos confiar que Deus está entregando essas Bíblias nas mãos daqueles a quem Ele pretende – às vezes até mesmo ao exército ou a funcionários do governo”, acrescentou a organização.

O acesso às Escrituras dentro da Coreia do Norte continua restrito e arriscado. Desertores relatam que contrabandistas chegam a cobrar o equivalente a um mês de salário por alguns dias com uma Bíblia. “O governo pune severamente as pessoas que possuem este livro e isso deixa alguns de nós curiosos para saber o que há nele”, declarou um norte-coreano que fugiu do país.

Apesar das dificuldades, cristãos secretos do regime pedem que a missão continue seu trabalho. O testemunho da VOM destaca a perseverança em meio à perseguição. A cada balão lançado, permanece a esperança de que vidas sejam alcançadas e transformadas pelo Evangelho em meio a uma das nações mais fechadas ao cristianismo.